Abertura do mercado do petróleo nacional abre perspectivas de atração do capital estrangeiro
De uma ação política, plantada durante a edição da Brasil Offshore
em 2015, surgem agora caminhos que podem levar Macaé a um novo ciclo de
desenvolvimento, com base na abertura do mercado do petróleo nacional.
E, por concentrar a expertise necessária para tirar a economia nacional
do atoleiro, o município volta a entrar 'na mira' dos mais de US$ 500
bilhões em investimentos projetados pelas grandes empresas
internacionais do setor de óleo e gás.
Mapeado pela Associação Brasileira de Empresas de Serviços do
Petróleo (Abespetro), desde o ano passado, o potencial de recursos
reservados para a expansão da participação das companhias que atuam nos
segmentos de exploração e de produção de petróleo no mundo, deixa de ser
um sonho e passa a ser realidade, a partir dos desdobramentos das
discussões do projeto, aprovado pelo Congresso Nacional, que alivia a
participação da Petrobras em todos os leilões realizados pela Agência
Nacional do Petróleo (ANP).
O hiato de quase 10 anos de rodadas de negociação de áreas onde o
petróleo de boa qualidade já foi descoberto na Bacia de Campos, cravou o
ápice das operações de negócios na cidade. Em 2014, quando o município
atingiu a maior arrecadação da história, com royalties e Participação
Especial, surgiu o esvaziamento de oportunidades de negócios para as
mais de 3,5 mil empresas sediadas na cidade, em virtude da escassez das
operações que identificam e preparam as regiões de onde serão extraídos
os barris de petróleo brasileiro.
Com a revisão da estratégia de expansão da produção do petróleo no
país, um dos sinais dos efeitos da corrupção descoberta pela Operação
Lava Jato, a Petrobras decretou o "período sabático" da indústria do
petróleo local, que ainda tenta sobreviver à redução drástica de
negócios, e consequentemente de emprego e de renda para milhares de
profissionais.
Mas, como luz no final do túnel, a rediscussão sobre as regras do
pré-sal, a partir da aprovação do projeto em Brasília, faz surgir uma
nova perspectiva de retomada de negócios para o parque industrial que
viveu à sombra da desmobilização.
"O Brasil possui um potencial geológico fantástico. Mas, a Petrobras
hoje não possui condições financeiras para transformar as reservas do
pré-sal em combustível necessário para alavancar a nossa economia.
Portanto, a mudança do marco regulatório nos faz voltar a mirar as
grandes empresas que ainda querem investir no setor de exploração e
produção, mesmo com a queda do preço do barril no mercado
internacional", afirma Gilson Coelho, secretário executivo da Abespetro.
Segundo Gilson, antes da crise internacional do petróleo, as grandes
companhias offshore projetavam a aplicação de mais de US$ 700 bilhões
em investimentos no setor de exploração e de produção. Com a redivisão
da estratégia de expansão, as empresas prospectam agora cerca de US$ 450
bilhões a US$ 500 bilhões.
"Esses recursos podem voltar a injetar ânimo em Macaé através da
abertura do mercado. As empresas querem participar do pré-sal
brasileiro. O projeto aprovado no Congresso não tira da Petrobras a
prioridade na escolha dos blocos de exploração a serem leilados pela
ANP. A companhia só não terá a obrigatoriedade de participar de todos
eles", disse Gilson.
Novo ciclo do petróleo nacional ganhou força na Brasil Offshore
No dia 23 de junho de 2015, o Centro de Convenções Jornalista
Roberto Marinho registrou o fortalecimento da proposta que garante a
Macaé possibilidade de projetar um novo ciclo de desenvolvimento e
prosperidade em dois anos.
O dia foi marcado pela participação do Senador José Serra no fórum
político da feira. Diante de uma plenária formada por empresários da
região, do Brasil e do mundo, ele defendeu a "salvação de Macaé".
"Dificilmente se atrai investimentos com a Petrobras sendo operadora
única. Qual empresa vai querer participar de concorrência para
exploração já sabendo que a estatal terá 30% da área de produção? Esse
modelo de poder para elevar a companhia ao posto de número 1 no mercado
mundial do petróleo é errado, e precisa ser discutido", defendeu Serra
naquela época.
A participação de Serra na Brasil Offshore foi articulada pelo
prefeito Dr. Aluízio Júnior (PMDB), com o suporte do então secretário
municipal de Desenvolvimento Econômico, Vandré Guimarães.
* Na foto José Serra apresentou na Brasil Offshore defesa de projeto aprovado pelo Congresso nesta semana
Fonte: O Debate On
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